
Aderi ao projecto apresentado pela lista B para o órgão que governará a UBI no futuro, porque pretende, entre outros aspectos, uma governação que aglutine os interesses e saberes de vários sectores da Universidade e crie um ecossistema que estimule a criatividade e o desenvolvimento de ideias. Nas conversas que tive oportunidade de partilhar com este grupo, cativou-me a determinação manifestada para se melhorar o funcionamento de alguns serviços, alimentar a cultura de cooperação e intercâmbio internacional para estudantes e docentes/investigadores e empreender uma maior integração entre as actividades de investigação e de ensino e, assim, contribuir para a reprodução do sistema de conhecimento.
A matriz comportamental da generalidade dos profissionais que produzimos, à semelhança de outras instituições nacionais, é avessa ao risco. É notória a vontade do recém-licenciado: procurar um emprego, uma dependência, confundindo-o com “estabilidade”. Poderemos ter uma Universidade mais orientada para criar agremiações de empreendedores? Nos últimos anos, a UBI deu passos importantes neste domínio, foram criadas bases e recrutados meios para se produzir uma geração mais criativa, que se quer legitimar no tecido social nacional. É importante preservar e consolidar estes projectos, até porque permitirão marcarmos a desejada diferença. Esta é também a visão de personalidades que entendem que o sistema de ensino, e o modo de fazer investigação, deve ser repensado, como António Câmara, o Prémio Pessoa de 2006 ou Paul Graham, ensaísta e fundador da Viaweb. A economia do conhecimento tem uma importância crescente nos dias de hoje.
Os colegas da lista B que farão parte do Conselho Geral da UBI têm uma visão aprofundada das mudanças que é necessário introduzir, com a qual me identifico. Estou certo que tudo farão para que as mudanças na UBI se façam de forma gradual, introduzindo medidas de mitigação de impactos no habitat, e que se criem condições para que todos possam ser premiados pelo mérito.
António Albuquerque
Dep. Engenharia Civil e Arquitectura - Faculdade de Engenharia
Centre of Materials and Building Technologies
2 comentários:
É bom ver uma lista de candidatos onde até os últimos dos suplentes expressam publicamente as suas opiniões.
Espero que o debate se mantenha mesmo depois do dia 6 e que o Conselho Geral não trabalhe de costas viradas para o resto da Universidade.
Gostei desta mensagem.
É arejada.
Concordo que o modo de investigação deve ser mudado, até porque acho que a UBI já está a mudar no modo de ensino. Acho que, por pressão de aumentarmos a produção científica, arriscamos a entrar numa corrida frenética para publicar, publicar, publicar, sem avaliar para que servirá. É claro que dependerá de cada área do saber, nas ciências da vida é mais fácil produzir resultados da investigação que podem gerar logo uma aplicação (por exemplo uma vacina ou um medicamento), mas nas artes e letras não. Mas acho que, por exemplo, nas engenharias, que tem um grande peso em qualquer universidade, não se dá muito o passo seguinte, o de aplicar o conhecimento ao nível empresarial.
Concordo consigo, que deve haver uma alteração na selecção do tipo de investigação a fazer.
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