domingo, 9 de setembro de 2012

MEMÓRIA

Quatro anos depois vale a pena recuperar algumas opiniões e discussões.

sábado, 15 de novembro de 2008

DESMISTIFICAÇÃO DO ENQUADRAMENTO REGIONAL

Quando muitos de nós falamos da importância regional da UBI e que essa mesma importância regional deverá ser considerada na cooptação de individualidades para integrarem o CG não nos estamos a referir, obviamente, à cooptação de políticos ou a presidentes de colectividades desportivas locais. Eu incluo-me no grupo daqueles que consideram vantajoso alguma relação entre os cooptados e a região. Tal não significa, porém, que não devam, em simultâneo, ser figuras de relevo nacional ou mesmo internacional.

Não menosprezando a abnegação de algumas individualidades que, sem história comum com a UBI ou sem “raízes” na região, pudessem estar dispostas a contribuir, com tempo, trabalho e saber, para o desenvolvimento da UBI, afigura-se-me muito difícil descobrir tais individualidades e afigura-se-me ainda mais difícil possuir de antemão algum grau de certeza que os cooptados nessas condições estivessem realmente disponíveis para algo mais do que o simples uso do seu nome. Por outro lado, a existência de algum relacionamento profissional ou afectivo com a região, ou com a UBI, fornece alguma garantia do envolvimento futuro dos cooptados na discussão de soluções e escolha de caminhos a trilhar, com vista ao progresso e desenvolvimento da Universidade.

Contava-me o Prof. Pinto Peixoto que aquando da criação do instituto politécnico o Dr. Duarte Simões terá ido, com grande humildade, bater à porta de muitos professores catedráticos originários da Beira Interior pedindo-lhes auxílio para implementar o ensino superior na região. Não foram os benefícios financeiros, ou profissionais, que poderiam auferir que motivou uma resposta positiva de muitos desses professores, mas sim a afectividade e a vontade de contribuírem para o desenvolvimento da região que os viu nascer.

Gostaria que cada um dos que trabalham, estudam e investigam na UBI se interrogassem sobre quantas das figuras “nacionais” sem raízes na região, cujo perfil tem sido ventilado por alguns nas últimas semanas, não estão entre aqueles que pensam que o país lucraria mais com um reforço de meios nas universidades do litoral, defendendo um abandono progressivo na aposta do ensino universitário no Interior? Afinal de contas, dizem eles, o país é pequeno, tem recursos limitados e já está bem servido por vias rodoviárias.

A Universidade da Beira Interior deve almejar a ser uma instituição de ensino e investigação de qualidade, que orgulhe os seus professores, alunos, funcionários, a região e o país. O enquadramento regional da UBI não é sinónimo de menoridade, ao contrário, justifica a sua existência e o esforço financeiro do país no seu progresso. As individualidades a cooptar têm que ter uma convicção firme que é vantajoso para o desenvolvimento harmonioso do país uma aposta forte no ensino superior de qualidade na Beira Interior.

Desenquadrar a UBI do interesse da região e avaliar a sua importância apenas em função de um qualquer parâmetro isolado (e.g. número de publicações ou outro qualquer) é fornecer argumentos aos que apregoam que o esforço financeiro associado daria mais frutos se canalizado para outras instituições nacionais de maior dimensão.

António Tomé

terça-feira, 11 de novembro de 2008

QUEM COOPTAR? APRENDER COM A EXPERIÊNCIA

Figuras nacionais, regionais ou locais? Académicos ou políticos? Empresários ou personalidades públicas? As opiniões dividem-se e haverá argumentos a favor e contra este ou aquele tipo de membros a cooptar. Pode ser que sirva de contributo a experiência havida com os membros cooptados nas Assembleias Estatutárias (AE). Recordo que estas eram constituídas pelo reitor, por 12 professores e 3 estudantes eleitos a quem competiu a cooptação de 5 personalidades. Ao todo 21 elementos.

Houve problemas com os membros cooptados em grande parte das Assembleias Estatutárias. Em universidades grandes, em universidades pequenas, os membros cooptados fizeram-se notar por um grande ausência e até desistência. A ideia de cooptação é excelente, pois que incorpora no órgão cimeiro da universidade outras perspectivas sociais, culturais e económicas. Mas também é uma ideia generosa que não está na tradição latina ou mediterrânica de empenhamento cívico, típico dos países anglófonos. Ou seja, as personalidades aceitaram o convite de bom grado, mas depressa o confronto com a realidade universitária, o "tempo perdido" das discussões e de debate de pormenores a que estavam completamente alheios, o receio de se envolverem em divisões (nalguns casos divisões saudáveis) entre professores, as agendas pessoais demasiado preenchidas, levaram a que se distanciassem do processo, nomeadamente faltando às reuniões.

Os membros cooptados pela AE da UBI foram-no por unanimidade. E considero que, não obstante algumas peripécias, foi um processo que correu bem. Mas o que é um facto é que dos 5 membros cooptados apenas 2 estiveram presentes nas reuniões terminais com os órgãos da Universidade e só esses dois votaram finalmente os Estatutos. Houve 2 membros que por condicionalismos da sua vida profissional apenas estiveram na reunião em que tomaram posse.
Claro que o Conselho Geral irá fazer o seu regimento e aí estabelecerá eventualmente um regime de faltas, com justificação, sem justificação, seguidas, intercaladas, etc., com uma possível perda de mandato (regimento que não havia na AE). Mas o que a experiência ensina é que as melhores intenções podem não ter uma tradução na realidade.

A cooptação deveria reger-se por princípios de humildade e prudência. De que valerá cooptar um nobel americano ou uma das estrelas públicas portuguesas (um Belmiro, um Amorim, um Marcelo) se no fim pura e simplesmente não puderem vir às reuniões? Lembro que as grandes personalidades que apadrinharam crescimento da UBI no início, e estavam no Senado e na Coordenadora do Científico, tinham uma forte ligação afectiva à UBI por serem da região. O Prof. Pinto Peixoto, Presidente da Academia das Ciências, deslocava-se todas as sextas feiras à UBI porque a sentia da sua terra, Miuzela do Côa. Nada substitui um imprescindível vínculo afectivo.

Aquando da feitura das listas de professores para o CG falou-se muito da eleição do reitor, que na eleição para o CG estaria em causa, lá no fundo, nada menos que a eleição do reitor. Pois considero que a cooptação das 8 personalidades é tanto ou mais importante que a eleição do reitor. Destas personalidades escolher-se-á o presidente do CG, que irá convocar as reuniões, propor a ordem de trabalhos, dirigir os trabalhos, dar e retirar a palavra aos conselheiros e ao reitor que assistirá às reuniões, sem direito a voto.

Os 21 membros eleitos têm a legitimidade para decidirem quem cooptarão, mas assumem essa responsabilidade. Os outros membros da academia só podem fazer votos de que a cooptação seja um processo sereno e de grande sageza. É o meu voto.
AF

domingo, 9 de novembro de 2008

COOPTAÇÃO

Eleitos os 21 representantes de professores, alunos e funcionários, aproxima-se a hora de cooptar as oito personalidades externas. Queremos ouvir a academia e por isso abrimos aqui um espaço de discussão. Apenas duas indicações:
1.Os comentários ou e-mails podem ser anónimos, mas pedimos que indiquem o corpo a que pertencem (professores, funcionários ou alunos).
2.Discutimos apenas o perfis, não os nomes dos cooptados.
Está aberto o debate, façam-se ouvir.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

MEMBROS ELEITOS PARA O CONSELHO GERAL

Representantes dos Professores e Investigadores
João António de Sampaio Rodrigues Queiroz
José Carlos Gaspar Venâncio
Amélia Maria Cavaca Augusto
Paulo Jorge dos Santos Pimentel de Oliveira
Victor Manuel Pissarra Cavaleiro
Carlos Manuel Casteleiro Alves
Paulo Rodrigues Lima Vargas Moniz
António Rodrigues Tomé
Paula Pinto Elyseu Mesquita
João Manuel Messias Canavilhas
Tiago Miguel Guterres Neves Sequeira
Luís António Nunes Lourenço
Ana Paula Coelho Duarte
Rui Alberto Lopes Miguel
Luís Manuel Taborda Barata

Representantes dos Estudantes
Pedro Alexandre Rodrigues Manquinho
Fernando António Correia de Jesus
Fábio Jorge Ferreira Azevedo
Luís Manuel Ribau da Costa Patrão
Tânia Daniela Felgueiras de Miranda Lima

Representantes do pessoal não docente e não investigador
João Prata Martins da Cruz

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

JUNTOS PELA UBI


Ao distribuir de forma equilibrada os mandatos, a UBI demonstrou querer um Conselho Geral independente, representativo das diferentes sensibilidades da universidade e, por isso, capaz de cumprir as competências estatutariamente definidas. Foi isso que sempre defendemos, e os acontecimentos vieram dar-nos razão. Este equilíbrio é uma tremenda prova de maturidade e uma vitória para todos os que honram verdadeiramente o debate leal e respeitador das diferenças.

Ninguém é dispensável neste percurso por uma UBI melhor, por isso não contem connosco para dividir. Já não existe a lista A nem a lista B, mas sim um Conselho Geral onde todos temos voz. É esse o nosso entendimento, é essa a nossa vontade.
Contem connosco. Contamos convosco.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

VALEU A PENA

Em apenas 8 dias, este espaço registou mais de 2 mil visitas, cerca de 10 mil pageviews e 101 comentários nos 33 textos publicados. São números expressivos que revelam uma Universidade ávida de debate.

Independentemente dos resultados de amanhã, este blogue ficará como símbolo de uma comunidade universitária que deu mais um passo no seu já longo percurso de amadurecimento. Para isso muito contribuíram os membros da Lista B que deram a cara por aquilo que acham ser o melhor para todos, bem como os leitores que comentaram os textos publicados.

A abertura, independência e capacidade de intervenção aqui demonstradas, personificam a postura que vamos assumir no Conselho Geral. Votem ou não na Lista B, contem sempre connosco para defender aquela que é a nossa segunda casa: a UBI.

NINGUÉM É DISPENSÁVEL NESTE PERCURSO POR UMA UBI MELHOR

Prezadas(os) Colegas:

Ao aproximar-se o dia da eleição dos membros internos do Conselho Geral da Universidade da Beira Interior, permitam-me que, enquanto membro da lista B, partilhe convosco a satisfação pelo facto de se terem candidatado duas listas de Professores e Investigadores a um órgão tão importante para a futura governação da UBI. Penso igualmente que o debate a propósito suscitado, salvo raras excepções, primou pelo respeito pela instituição e por todos quantos nela trabalham. Estes dois feitos, de que nos devemos orgulhar, são prova de uma maturidade institucional entretanto atingida.

Esta breve mensagem, que também é de agradecimento pela receptividade das nossas propostas, destina-se a apelar, uma vez mais, à vossa atenção para aquelas que me parecem ser as grandes linhas de força da lista B, que encabeço:

1)A defesa de um Conselho Geral constituído por membros com pensamento autónomo, actuação independente e responsável, de forma a tomarem decisões ponderadas no interesse da Universidade e das pessoas que a compõem: estudantes, funcionários, professores e investigadores;

2)Sendo desejável que a UBI continue a posicionar-se, no que ao ensino e à investigação concerne, como uma instituição de referência nacional e internacional, este desiderato, porém, não deve levar a que se perca o referente regional, de onde decorre muita da sua identidade;

3) A investigação é, naturalmente, uma dimensão imprescindível na afirmação de qualquer universidade e a UBI não pode e não deve ser excepção.
A lista B atribui, porém, igual importância ao ensino, um ensino que se pretende de qualidade, e à prestação de serviços. Cada qual, no âmbito das suas capacidades e das suas preferências, deve potenciar o seu trabalho e o seu saber em prol do engrandecimento de qualquer destas vertentes de afirmação. Ninguém é, assim, dispensável neste percurso por uma UBI melhor;

4) Será desejável que a transição a ser encetada decorra, tanto quanto possível, sem sobressaltos. Por isso, um Conselho Geral representativo das diferentes sensibilidades da universidade, ao constituir-se como plataforma para a evolução e desenvolvimento, transforma-se igualmente num factor de estabilidade para os próximos quatro anos.

Resta-me, por fim, reiterar os meus agradecimentos a todos quantos nos quiseram acompanhar neste debate e desejar que todos, a bem da UBI, exerçam amanhã (6 de Novembro) o seu direito e o seu dever de voto.

As minhas saudações académicas.
José Carlos Venâncio