sexta-feira, 31 de outubro de 2008

REVER E CONSOLIDAR O BOM TRABALHO FEITO


Estamos em plena fase de reflexão e debate sobre as eleições de 6 de Novembro para o Conselho Geral da Universidade da Beira Interior. Permitam-me, por esta razão, que partilhe convosco algumas das minhas opiniões. O que verdadeiramente está em causa nestas eleições para o órgão máximo da UBI, a sua essência, é a escolha dos professores e investigadores que, pelo seu perfil e experiência, sejam um garante de estabilidade, integridade, competência e dedicação, para cumprirem, na sua plenitude, as exigentes funções de membros do Conselho Geral da UBI.

O primeiro grande desafio destes membros eleitos será a cooptação das 8 personalidades externas, de onde sairá o Presidente do Conselho Geral. A escolha destes membros vai influenciar a qualidade e a credibilidade do debate e das decisões do Conselho Geral, o que vai ser relevante para a boa gestão da Universidade. Em minha opinião, devem ser personalidades de reconhecido prestígio nos mundos académico, empresarial, institucional, algumas com ligações à Beira Interior, que, pela sua disponibilidade e empenho, acrescentem valor ao desenvolvimento da UBI.

Aceitei ser candidato pela Lista B porque partilho com vários Colegas os mesmos princípios e valores para a UBI, os quais defenderei enquanto membro do Conselho Geral, se para tal for eleito, conforme espero. Em primeiro lugar, porque as instituições são feitas pelas pessoas, considero da maior importância a valorização profissional, a todos os níveis, dos recursos humanos da UBI, particularmente dos seus docentes, através de estratégias inclusivas e mobilizadoras, que conduzam ao reconhecimento do mérito e dedicação demonstrados.

Muito já está feito no quadro do Processo de Bolonha, mas muito ainda está por fazer, porque a mudança de paradigma, no seu âmago, é uma tarefa geracional. Os próximos anos serão, assim, cruciais para rever e consolidar o bom trabalho feito. É necessário optimizar as estruturas curriculares e os conteúdos programáticos, bem como harmonizar os 3 ciclos de estudos. Mas, talvez o grande desafio seja a mudança das metodologias pedagógicas, onde é preciso continuar a investir para se atingir o desiderato de Bolonha, envolvendo e motivando todos os docentes e discentes.

Criar condições para se atingirem níveis de investigação científica enquadrados em referenciais internacionais é um objectivo subscrito, indiscutivelmente, por qualquer um de nós. Mas, para uma universidade com o percurso, a dimensão e a localização geográfica da UBI, a investigação aplicada, no âmbito de projectos ou contractos com o tecido empresarial e as instituições, é também uma estratégia a fomentar claramente. Desta forma, estaremos a produzir cientificamente, enriquecendo os nossos índices, mas também a intervir de uma forma próxima com a comunidade, através da transferência de conhecimento e de resultados concretos. Neste contexto, é de incrementar o envolvimento de alunos finalistas dos cursos de pós-graduação em processos de spin-off.

A localização da UBI no interior de Portugal, obriga-a a ter esta vocação, que, a meu ver, deve sair reforçada nas estratégias de desenvolvimento futuro. A prestação de serviços à comunidade nestas circunstâncias, é, sem dúvida, um meio de alavancar o desenvolvimento da região. Sobre esta matéria, muito se deve já ao trabalho feito pela UBI, contudo, é desejável perseguir as condições que multipliquem as formas de colaboração, nomeadamente a candidatura a projectos em parceria com empresas e instituições. Esta estratégia é fundamental para a gestão da universidade do futuro, que tem necessariamente de procurar fontes de auto-financiamento. Numa outra perspectiva, a dinamização das acções da UBI junto do meio envolvente, conduzirá a prazo a uma sociedade mais culta, aberta e participativa.

Rui A. L. Miguel
Dep. de Ciência e Tecnologia Têxteis - Faculdade de Engenharia

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